Colunistas

Inverno Demográfico – Por André Aguiar

Para nós do nordeste brasileiro, falar em inverno é coisa boa, ele trás as chuvas que irrigam as plantações e as vidas de muitas famílias, notadamente as do semiárido.

Entretanto, o inverno que quero comparar e trazer aqui é o das temperaturas baixas, daquele mais rígido encontrado na região central da Antártida, onde fica a base russa de Vostok, ali foram registradas em 1983 temperaturas mínimas de -89,2 ºC.

Apenas por curiosidade fui pesquisar e descobri que em regiões habitadas completamente, o inverno mais rigoroso do mundo fica por conta da Vila de Verkhoyansk, na região siberiana da Rússia. Nessa localidade, as temperaturas chegam a -47 graus Celsius durante o inverno.

Vi ainda que no Brasil, em uma rápida olhada, foi precisamente na serrana catarinense, lá em Urubici, foi registrada a menor temperatura em todo o país, ou seja, foi a de -17,8°C.

Pois bem. Embora uma corrente ambientalista defenda a tese de está havendo um aquecimento global, há outra corrente que diz que ao contrário do que se propaga, a terra está esfriando, e que o que regula a temperatura dela são os oceanos e não a emissão de gás na atmosfera. Na verdade, há uma cortina de fumaça escura e sem luz, com interesses econômicos e escusos que não vale repisar aqui.

Esse esfriamento será muito pior, haja vista que com a diminuição da incidência solar diminuirá a fotossíntese e, com efeito, será menor a conversão da energia solar em energia química, que resulta na síntese dos compostos orgânicos, ou seja, a produção agrícola diminuirá e assim haverá mais fome no mundo.

Essa Pandemia nos trouxe muitos malefícios, dentre os quais o distanciamento social, com isso tornou-se comum às reuniões virtuais através das plataformas digitais, que por óbvio facilitaram e facilitam as nossas relações, mas há de convir que nada substitui o olho no olho e o calor do abraço.

Nossas almas e relações superficiais, que antes eram frias tornaram-se como pedra de gelo, sem vida às vezes, mortas até.

Claro que referidas plataformas tem lá seus benefícios, entendo dessa forma, até sou defensor em algumas situações, mas o distanciamento tem trazido muitas doenças psíquicas e comportamentais, o mundo mudou muito, esfriou ainda mais…

Mas o fato principal é que na semana passada o Papa Francisco reunido na Itália, precisamente em Roma no Auditório de Santa Cecília situado a poucos passos da Praça São Pedro, seguido pelo primeiro-ministro, Mario Draghi, abriu os trabalhos dos Estados Gerais da Natalidade, ( “Stati Generali della Natalità” ) promovido pelo Fórum das Associações Familiares no Auditório da Conciliação e dedicado ao destino demográfico da Itália e do mundo,.

Referido fórum, teve a participação de representantes de bancos, empresas, seguradoras, mídia e esporte, todos reunidos para um debate sobre o tema da natalidade num país (Itália) onde em 2020, houve uma redução de 30% dos nascimentos.

No Brasil também não é diferente, haja vista que a pandemia tem mudado o perfil populacional, principalmente quando se fala da relação entre aumento no número de mortes por causa da Covid-19 e a queda na taxa de natalidade: só no primeiro trimestre de 2021, o país registrou quase 10 mil nascimentos a menos do que no mesmo período do ano passado. Uma curva negativa que também está sendo registrada na Europa, como na Itália, que, segundo os especialistas, a fecundidade já se encontra em níveis muito baixos e com pouca probabilidade para uma reversão de tendência.

Francisco, O Papa, chamou essa queda de Inverno Demográfico, na verdade, há cinco anos ele dedicou à família uma Exortação Apostólica chamada de Amoris Leatitia,  ali, ele já demonstrava a sua visão profética do assunto.

Disse ele no encontro das famílias:

Somos uma só família humana e que existe solidariedade intergeracional. Se uma pessoa solteira não quer filhos, mas ainda quer manter um padrão de vida decente – uma aposentadoria, cuidados de saúde que não sejam pagos – ela deve torcer por políticas familiares, por uma retomada da taxa de natalidade em nosso país. Em vez disso, muitas vezes conseguimos transformar até mesmo este tipo de situação em ideologia e conflito. Precisamos de um plano do governo para retomar os nascimentos porque corremos o risco de creches vazias, como acontece em muitas regiões italianas onde as escolas estão fechando. Precisamos de uma visão geral, um plano orgânico feito bem, e esperamos que se tenha em mente que a taxa de natalidade é a nova questão social.

Disse ele ainda;

“Para que o futuro seja bom, é necessário cuidar das famílias, particularmente das famílias jovens, atormentadas por preocupações que correm o risco de paralisar seus projetos de vida.”

Ainda mandou recado para os abortistas quando fulminou:

“Sem natalidade não há futuro. Uma sociedade que não acolhe a vida deixa de viver”.

Deixemos, pois a luz do Céu entrar, Aquela que nos trás a Luz do Sol da vida e da felicidade encontrada no Cristo, O Senhor!!!

Por André Aguiar, em 07 de junho de 2021.

Mais popular