Judiciario

Herman Benjamin a Gilmar Mendes no TSE: “Prefiro o anonimato”

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Em mais um episódio da troca de farpas que marcou a sessão desta quarta-feira (7) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Herman Benjamin afirmou ao presidente da Corte, Gilmar Mendes, que prefere o “anonimato”, em vez da fama.

O relator da ação que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer fez a afirmação em resposta a uma observação do presidente do TSE. Pouco antes, Gilmar Mendes havia dito ao colega de tribunal, em tom irônico, que Herman Benjamin devia a ele o fato de estar “brilhando na televisão no Brasil todo”

Isso porque, em 2015, o atual presidente do TSE abriu a corrente de votos que evitou o arquivamento da ação apresentada no ano anterior pelo PSDSB pedindo a cassação da chapa Dilma-Temer.

“Vossa excelência [Gilmar Mendes] sabe que eu prefiro o anonimato, muito mais. Um juiz dedicado a seus processos, que não tem nenhum glamour”, ressaltou Herman ao presidente do TSE.

“Aliás, processo em que se discute condenação de A, B, C ou D, em qualquer natureza, não tem e não deve ter nenhum glamour pessoal”, complementou o relator.

Gilmar Mendes treplicou, ressaltando que Herman Benjamin não foi alçado à posição de relator por escolha própria, mas pelas regras do TSE, que delegam ao ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) mais antigo na Corte o papel de corregedor-eleitoral, a quem cabe relatar investigações de campanha.

“Essa ação só existe graças ao meu empenho, modéstia às favas”, provocou Gilmar Mendes.

Herman Benjamin rebateu mais uma vez, dizendo que preferia não ter sido relator do caso. “Não escolhi ser relator, preferia não ter sido relator, mas tentei cumprir a minha… só cumpri o que foi deliberação do tribunal”, enfatizou.

Então, Gilmar Mendes disse que foi ele quem insistiu no avanço do processo. “Eu dizia claramente: ‘não estou aqui a defender cassação de mandato, mas queremos abrir esse processo para discutir o tema’”.

 O presidente do TSE lembrou ainda que relatou a prestação de contas de Dilma e Temer e que votou em favor do prosseguimento da ação quando a antiga relatora, ministra Maria Thereza de Assis Moura, havia decidido arquivar o caso.

“De fato, contribuí, evitei que houvesse o arquivamento dessa ação e contribuí para o aprimoramento do sistema. Todo esse debate que estamos tendo, modéstia às favas, é graças a essa insistência. Claro que contei com a solidariedade dos colegas, mas não tivesse eu levantado o debate, muito provavelmente, teríamos chancelado, como chancelamos muitos agravos regimentais no sentido do desprovimento. Portanto, modéstia às favas, mais uma vez, esse é um voto histórico, que permitiu que se abrisse essa caixa de segredos”, rebateu Gilmar Mendes ao relator da ação.

G1

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