O cerco do regime de Bashar al Assad em Ghouta Oriental, território controlado por rebeldes, representa um dos atos finais da guerra na Síria, que completa sete anos nesta quinta-feira (15) e já deixou mais de 500 mil mortos. Veja abaixo a cronologia do conflito:
2011
Em fevereiro, estudantes de uma escola de Daraa são presos sob a acusação de terem escrito slogans contrários ao regime. Em 15 de março, ocorre a primeira grande manifestação em Damasco contra Assad, além de um protesto em Daraa. Os atos ganham força e são reprimidos duramente pelo governo.
Em junho, os primeiros desertores das Forças Armadas dão vida ao Exército Livre da Síria (ELS). Em agosto, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a União Europeia pedem que Assad deixe o poder. Em outubro, Rússia e China vetam uma resolução das Nações Unidas (ONU) condenando o regime.
2012
Em maio, começam a chegar à Síria os primeiros jihadistas estrangeiros para lutar na rebelião contra Damasco. O movimento xiita libanês Hezbollah envia militantes para defender o regime.
Em julho, um atentado em Damasco mata o ministro da Defesa Daud Rajiha. Em agosto, os rebeldes avançam sobre Aleppo, uma das principais cidades do país. Três meses depois, as potências ocidentais reconhecem a oposição exilada como “única representante do povo sírio”.
2013
Em janeiro, as forças legalistas se retiram de Raqqa, que é ocupada pelas primeiras células do Estado Islâmico. Em agosto, subúrbios de Damasco controlados por rebeldes são atacados com armas químicas. Estados Unidos e Rússia chegam a acordo para eliminar o arsenal tóxico do regime.
2014
Em janeiro, rebeldes islâmicos iniciam ofensiva contra o EI. A conferência “Genebra 2” se encerra sem avanços. Em fevereiro, 1,4 mil pessoas são evacuadas de Homs, que é assediada pelas forças de Assad. Em maio, Damasco reconquista a cidade, com a ajuda do Hezbollah. Em agosto, o Estado Islâmico proclama um “califado” englobando seus territórios na Síria e no Iraque. Em setembro, começam os ataques aéreos da coalizão liderada pelos EUA contra o EI.
2015
O ano começa com os curdos avançando contra os jihadistas em Kobane. Em maio, o EI conquista a cidade histórica de Palmira. Em setembro, a Rússia inicia operações em apoio a Assad. No último mês do ano, após os atentados de Paris, o Reino Unido se junta à coalizão norte-americana.
2016
Em fevereiro, os exércitos russo e sírio avançam sobre a província de Aleppo. Dezenas de milhares de pessoas fogem para a Turquia. O EI promove novos massacres em Homs e Damasco, totalizando quase 200 mortos. Moscou e Washington acertam um cessar-fogo a partir do dia 27. Em março, começa a enésima tentativa de negociações entre governo e oposição mediadas pela ONU, também sem sucesso.
Em outubro, o ELS, apoiado por Ancara, tira do Estado Islâmico as cidades de Dabiq e Soran. Em dezembro, a situação humanitária em Aleppo se agrava, e o regime de Damasco anuncia sua retomada total. No dia 30 de dezembro, entra em vigor um novo cessar-fogo que exclui apenas o combate a grupos terroristas.
2017
Logo em janeiro, a Rússia começa a diminuir sua presença militar na Síria, e a cidade de Astana, no Cazaquistão, sedia uma nova tentativa de negociações de paz entre rebeldes e o governo, mas as tratativas não avançam. Em 30 de março, a Casa Branca diz que sua prioridade na Síria é combater o terrorismo, não derrubar Assad.
Na semana seguinte, um ataque químico atribuído a Damasco mata mais de 80 pessoas na província de Idlib, dominada por rebeldes e pelo grupo terrorista Fatah al Shan, antiga Frente al Nusra e ligado à Al Qaeda. Na madrugada de 7 de abril, o presidente Donald Trump volta atrás em sua postura sobre Assad e bombardeia a base militar de Shayrat, de onde teria partido a ação com armas tóxicas.
Em junho, a Opaq confirma o uso de gás sarin no ataque químico em Idlib. A própria ONU, em setembro, culpa o regime de Damasco pela operação. Em outubro, Raqqa, a “capital do EI na Síria”, é libertada. Um mês e meio depois, a Rússia declara a queda do grupo terrorista no país árabe.
2018
O ano começa com a invasão da Turquia para combater grupos curdos em Afrin, no noroeste sírio, em 20 de janeiro. A ofensiva continua em curso e acontece paralelamente ao cerco de Assad e da Rússia para retomar Ghouta Oriental, enclave perto da capital ainda dominado por rebeldes – incluindo grupos ligados à Al Qaeda.
Uma trégua de 30 dias imposta pela ONU no fim de fevereiro é repetidamente violada, agravando a crise humanitária em Ghouta, que abriga cerca de 400 mil civis. Com informações da ANSA