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Grupo Globo termina o ano com sérios problemas e terá forte rival em 2024

O chefão dos Estúdios Globo, Amauri Soares, tem duros desafios sobre a mesa. A programação do canal carioca enfrenta dificuldades. A começar pelas três faixas de teledramaturgia inédita.

‘Elas por Elas’, às 18h30, e ‘Fuzuê’, das 19h40, estão com audiência baixa na comparação com as tramas anteriores (‘Amor Perfeito’ e ‘Vai na Fé’, respectivamente) e em relação à meta. 

Mudanças nos roteiros são implantadas na tentativa não apenas de atrair mais público, mas também de segurar os atuais telespectadores, já que a fidelização dos noveleiros está cada dia mais complicada. 

O folhetim das 21h20, ‘Terra e Paixão’, registra média parcial de 26 pontos, 2 a mais do que a antecessora ‘Travessia’, porém, distante da marca de 30 pontos esperada pela cúpula da Globo. 

Após a entrada de novos roteiristas e alterações no enredo, a novela melhorou, mas não a ponto de empolgar as redes sociais e ser assunto das conversas no dia a dia. A maioria reage com indiferença.

Em janeiro estreia o remake de ‘Renascer’. A emissora alimenta a expectativa de uma recuperação em sua faixa mais nobre, a exemplo do que a segunda versão de ‘Pantanal’ conseguiu fazer depois da desastrosa ‘Um Lugar ao Sol’. 

O canal não terá novela original do Globoplay para ajudar na audiência noturna no ano que vem. A próxima produção, ‘Guerreiros do Sol’, está em fase final de gravações, mas a estreia será apenas em 2025. A produção mais recente, ‘Todas as Flores’, repetiu na TV o sucesso conquistado no streaming, na imprensa e na internet. 

Confortável na TV aberta, onde a Record e o SBT estão com teledramaturgia estagnada, sem nenhuma novela alcançando 10 pontos, a Globo poderá ter sua vida dificultada no digital. 

A HBO Max lançará suas primeiras novelas com 40 capítulos. A respeito da vaidade obsessiva, ‘Beleza Fatal’ tem no elenco as ex-globais Giovanna Antonelli, Camila Pitanga, Camila Queiroz e Vanessa Giácomo, entre outros atores que até pouco tempo batiam cartão no Projac. 

A versão da exitosa ‘Dona Beija’, exibida na TV Manchete em 1986, conta também com antigos contratados da emissora líder no Ibope, como Grazi Massafera no papel-título, Debora Evelyn, Isabela Garcia e Érika Januza. 

Caso a HBO Max – pertencente ao grupo norte-americano Warner Bros. Discovery – consiga boa aceitação dessas produções (ou de uma delas, pelo menos), vai se tornar um concorrente poderoso da Globo e do Globoplay, que hoje são os mais bem-sucedidos produtores de ficção da TV aberta e do mercado nacional de streaming. 

O outro problemão a ser enfrentado pela emissora do clã Marinho é a falta de realities fortes, com exceção do fenômeno ‘Big Brother Brasil’. A audiência em declínio a fez desistir de ‘No Limite’ e decretou o fim do ‘The Voice Brasil’ após a temporada que começa este mês. 

Um novo formato de confinamento ligado à música foi criado pela equipe do diretor Boninho. Detalhes ainda são mantidos em sigilo, apesar de as inscrições terem sido abertas no final de outubro para a primeira temporada no segundo semestre. 

Incursões anteriores pelo gênero – ‘The Masked Singer Brasil’ (a quarta temporada começa em janeiro), ‘Popstar’ (2017-2019) e ‘Super Star’ (2014-2016) – não tiveram resultado excepcional no Ibope. 

Enquanto isso, novos realities conquistam público no streaming, a exemplo de ‘Ilhados com a Sogra’, da Netflix. Para compensar os cancelamentos, a Globo precisará comprar formatos ou apostar em ideias que surpreendam. 

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