Um em cada dez bebês nascidos antes do tempo são afetados por um nível baixo de açúcar, que, se não for tratado, pode causar danos permanentes. Pesquisadores da Nova Zelândia testaram a terapia que utiliza o gel de glicose em 242 bebês que estavam sob seus cuidados e, com base nos resultados, sugeriram que a medida fosse adotada como tratamento de primeira linha. O estudo foi divulgado na publicação científica The Lancet. Hipoglicemia O tratamento com gel de glicose custa um pouco mais de R$ 3,50 por bebê, e é mais fácil de administrar do que a glicose dada por terapia intravenosa, disseram Jane Harding e sua equipe da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia. O tratamento atual típico envolve alimentações suplementares e exames de sangue regulares para medir os níveis de açúcar. Mas muitos bebês acabam em unidades de tratamento intensivo e passam a receber glicose intravenosa quando os níveis de açúcar no sangue permanecem baixos – uma condição que os médicos chamam de hipoglicemia. O estudo procurou avaliar se o tratamento com açúcar em gel pode ser mais eficaz do que a alimentação suplementar em reverter a hipoglicemia. Custo benefício Neil Marlow, do Instituto de Saúde da Mulher da University College London, disse que, embora o gel de glicose tenha caído em desuso, estes resultados sugerem que ele pode ser “ressuscitado” como um tratamento. “Nós agora temos boas evidências de que o gel tem seu valor”, disse Marlow. Para Andy Cole, diretor-executivo da Bliss, uma instituição de caridade para bebês prematuros, “esta é uma pesquisa muito interessante, e nós estamos sempre abertos a tudo que possa ajudar no tratamento de bebês nascidos prematuros ou doentes.” “Este é um tratamento com bom custo benefício, que pode reduzir as internações em centros de terapia intensiva que já estão com capacidade máxima de pacientes.”
Fonte: BBC