A juíza federal Gabriela Hardt assumiu nesta terça-feira, 23, a condução dos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, um dia após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região(TRF4) afastar o juiz Eduardo Appio. No auge da operação, Gabriela atuou como substituta do ex-juiz Sérgio Moro na condução da investigação. Inclusive, em uma das substituições, a juíza foi responsável pela sentença que condenou Lula da Silva(PT) em 2019.
A condenação foi de 12 anos e 11 meses de prisão no caso do sítio de Atibaia. Recentemente, a juíza também foi responsável por autorizar a operação que prendeu nove membros de uma organização criminosa que teria planejado um atentado contra Moro e familiares.
Na oportunidade, Gabriela conduzia os casos da 9ª Vara Federal de Curitiba durante as férias da titular, Sandra Regina Soares. Em sua primeira decisão na Lava Jato, nesta terça, a magistrada determinou a inclusão do Ministério Público Federal (MPF) na petição na qual Appio determinou a retomada da investigação sobre o suposto uso de escutas ilegais na cela onde o doleiro Alberto Youssef ficou preso no início das investigações da Lava Jato.
Eduardo Appio foi afastado preventivamente na noite desta segunda-feira, 22, do comando da 13ª Vara Federal no Paraná, que tem jurisdição sobre os processos da Lava Jato. O magistrado é fez chamada telefônica anônima, com ameaça, ao advogado João Malucelli, filho do desembargador Marcelo Malucelli, que reviu decisão de Appio sobre revogação da prisão do doleiro Rodrigo Tacla Duran.
A ligação, registrada em boletim de ocorrência, foi revelada em abril pela Jovem Pan News. Na decisão, comunicada ao Conselho Nacional de Justiça, o tribunal também determina o bloqueio do acesso do magistrado “às dependências e prédios da Justiça Federal e de acesso eletrônico a sistemas da Justiça Federal”, a apreensão de seu computador funcional e a abertura de processo administrativo disciplinar.
Na manhã desta segunda-feira, em entrevista a uma emissora de TV, Appio confirmou que usava o login LUL22 para acessar o sistema interno da Justiça Federal.
JPan