A equipe médica responsável pelo acompanhamento do ex-presidente Bolsonaro permanece em regime de sobreaviso enquanto aguarda a autorização do Supremo Tribunal Federal para a realização de uma nova cirurgia. A expectativa é que o procedimento possa ocorrer ainda nos últimos dias de 2025, caso o aval judicial seja concedido a tempo.
Os médicos, que estão baseados em São Paulo, acompanham de perto os desdobramentos jurídicos e devem se deslocar a Brasília assim que houver autorização formal do ministro Alexandre de Moraes.
O planejamento envolve alinhamento constante entre a equipe de saúde e os advogados do ex-presidente, responsáveis por apresentar ao STF um cronograma detalhado com a data da cirurgia, o período estimado de internação e as regras de custódia hospitalar.
Cabe à defesa indicar oficialmente quando o procedimento será realizado e como se dará a internação. A partir dessas informações, o Supremo definirá as condições do acompanhamento médico, quem poderá visitar Bolsonaro e quais serão os protocolos de segurança durante o período no hospital.
De acordo com médicos que acompanham o caso, uma vez autorizada a cirurgia, o processo inclui internação, preparo pré-operatório, realização de exames complementares e execução do procedimento previsto. A avaliação clínica já aponta a necessidade da intervenção, mas sem classificação de urgência imediata.
O trâmite jurídico ainda prevê uma etapa adicional. Após a defesa apresentar o pedido com a data sugerida, Alexandre de Moraes deve encaminhar a solicitação à Procuradoria-Geral da República, que terá prazo de 24 horas para se manifestar. Em seguida, o processo retorna ao gabinete do ministro, que decide pela autorização ou não da cirurgia.
A decisão recente do Supremo se baseia em laudo da perícia da Polícia Federal, que reconhece a necessidade do procedimento, mas o classifica como eletivo, ou seja, sem risco iminente. Esse ponto é central na análise sobre o momento adequado para a realização da cirurgia.
A definição do calendário será determinante para saber se Bolsonaro poderá permanecer internado durante o período do Natal, considerado sensível tanto do ponto de vista familiar quanto político. Aliados do ex-presidente têm utilizado o quadro de saúde como argumento para defender a concessão de prisão domiciliar.
No entanto, esse pedido foi negado por Moraes. Na decisão, o magistrado destacou a gravidade dos crimes atribuídos ao ex-presidente, apontou riscos de fuga e mencionou indícios de tentativas de descumprimento das medidas cautelares, como a suposta violação das regras relacionadas à tornozeleira eletrônica. Esses fatores foram usados para justificar a negativa da domiciliar, mesmo diante das alegações médicas apresentadas pela defesa.
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