O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira que o seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), está “muito constrangido” com a citação a seu nome feita por delatores da Odebrecht. Três executivos da empreiteira afirmaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) que Alckmin usou o cunhado como intermediário para receber 10,7 milhões de reais via caixa 2 do chamado setor de propinas da empresa. O governador nega.
“Muito constrangido, muito constrangido”, disse Doria ao ser questionado sobre a reação do governador. “Evidentemente que alguém que tem uma vida limpa, construída com modéstia como ele, fica evidentemente constrangido diante dessas circunstâncias”, disse ele em Foz do Iguaçu, onde participou pela primeira vez como prefeito do Fórum de Líderes Empresariais, que está em sua 16ª edição e é organizado pelo Grupo Doria, do qual até ano passado era presidente.
No evento desta sexta-feira, entre os palestrantes estavam o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco (PMDB); o ministro das Cidades, Bruno Araujo (PSDB), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o senador Romero Jucá (PMDB-RR); e o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), alvos de inquéritos abertos no STF decorrentes das delações da Odebrecht; e o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), citados em petições remetidas a outras instâncias.