A judicialização de disputas eleitorais é um fenômeno nacional, mas com acentuação aguda na Paraíba. Aqui, o fenômeno já cassou um governador e dezenas de prefeitos nos últimos anos, além de ter mexido na composição da Assembleia Legislativa e de Câmaras Municipais nos últimos anos.
Devido a muitas ações na Justiça Eleitoral, as campanhas não têm acabado com o fechamento das urnas e se prolongam quase que indefinidamente no tempo.
O problema é que essa situação vai piorar. A judicialização da disputa eleitoral este ano na Paraíba está vindo bem antes das urnas. Parece absurdo, mas algumas representações que tramitam no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) têm potencial para produzir profundo impacto no resultado eleitoral por antecipação.
Na verdade, duas decisões que se aguarda da Justiça Eleitoral podem alterar o resultado da disputa no Estado porque poderão modificar a lista de candidatos e mudar a composição de importantes coligações.
A primeira diz respeito à candidatura do senador Cássio Cunha Lima (PSDB). Existem seis representações impugnando sua pretensão. Lógico que se houver decretação de sua inelegibilidade o resultado das urnas poderá ser outro bem diferente daquele que se vislumbra. Lembre-se que Cássio lidera as pesquisas de intenção de voto no Estado.
Outra decisão que também tem potencial para influenciar no resultado da disputa para governador é a que trata da aliança do PT – se com o PSB, como quer a direção petista local, ou com o PMDB, como determina a Executiva nacional do partido.
O PT soma dois minutos e vinte e dois segundos de tempo ao guia eleitoral. Sem esse tempo, o governador Ricardo Coutinho terá um guia eleitoral diminuto e terá dificuldades de apresentar suas ações de governo e suas propostas. Sem esse tempo, o senador Vital do Rego Filho terá dificuldades de consolidar sua candidatura. Para ambos os casos a decisão da Justiça Eleitoral será fundamental, assim como poderá ser essencial para o resultado final do pleito.
Em sua, a eleição este ano na Paraíba poderá ser decidida no tapetão da Justiça Eleitoral mesmo antes que pingue um único voto na urna. Não é nada razoável porque a vontade de boa parcela do eleitorado terá sido solapada. Mas assim é o jogo.
Josival Pereira
