Dez senadores foram responsáveis por 58,7% com divulgação da atividade parlamentar até a segunda semana de outubro em 2019, segundo levantamento do (M)dados no Portal de Transparência do Senado. Três deles, inclusive, bateram os R$ 100 mil em gastos do tipo: Zenaide Maia (Pros-RN), Vital do Rêgo (PSB-PB) e Mailza Gomes (PP-AC).
Os três gastaram, somados, R$ 390 mil. Com os outros sete que encabeçam a lista, o valor chega a R$ 863,8 mil, o que representa 58,7% do montante total desembolsado pelo Senado até agora no ano, de R$ 1,47 milhão.
Campeã da lista, Zenaide gastou, em média, R$ 17,5 mil mensais com divulgação – no cômputo geral, o valor foi de R$ 157,5 mil. Quem mais recebeu pelo serviço foi a G7 Consultoria e Assessoria de Comunicação, que embolsou R$ 56 mil da verba indenizatória da senadora.
A questão das notas fiscais causa polêmica no Senado: desde que assumiu, o presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP) tem dado aos próprios parlamentares a prerrogativa de divulgar ou não a documentação que comprova e discrimina os serviços – pagos com dinheiro público.
Na lista também aparece uma série de senadores que não foram reeleitos ou que, sendo suplentes, já não estão mais em exercício.
É o caso, por exemplo, da 11ª da lista, Renilde Bulhões (Pros-AL), suplente de Fernando Collor (Pros-AL). Ela ficou no cargo por quatro meses e gastou R$ 36 mil por três meses de serviço da HSS Assessoria e Consultoria.
Situação semelhante à de Pedro Chaves (PRB-MS), que substituiu o senador cassado Delcídio do Amaral (PTB-MS); José Medeiros (Pode-MT), que foi suplente de Pedro Taques (PSDB-MT); e Raimundo Lira (PSD-PR), suplente de Vital.
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Ataídes Oliveira (PSDB-TO) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) não conseguiram se reeleger, mas entram na lista porque o mandato de senadores tem início em fevereiro e, portanto, eles ainda estavam nos respectivos gabinetes em janeiro.
Em seguida aparecem Vital do Rêgo, que despendeu R$ 121,2 mil totais, e Mailza Gomes, que gastou R$ 111,4 mil. Dos três que encabeçam a lista, Zenaide é quem mais divulgou notas fiscais dos serviços que contratou – apenas um gasto, com a Rádio Difusora de Mossoró, de R$ 2 mil, não tem o documento. A maioria dos gastos de Vital também é acompanhado do comprovante. Maílza só começou a anexar notas em junho.
Os menores gastos registrados foram de Elmano Férrer (Pode-PI) e Luis Carlos Heinze (PP-RS), que gastaram R$ 500 cada, e Fabiano Contarato (Rede-ES), que despendeu R$ 27.
Dos 81 senadores atualmente no exercício do mandato, 33 não registraram gastos do tipo. Nesta lista, aliás, a maioria é veterana: estão entre eles nomes como o do ex-presidente do Senado Renan Calheiros (MDB-AL); a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Simone Tebet (MDB-MS); Antonio Anastasia (PSDB-MG); Reguffe (Pode-DF); Jaques Wagner (PT-BA); e Romário (Pode-RJ).
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, tampouco destinou verbas para divulgação parlamentar.
Empresas e partidos – Em termos de empresas, as campeãs de contratos com os senadores são a Antonio Daniel Firmino da Costa, a LP Serviços em Comunicação, a HSS Assessoria e Consultoria e a G7 Consultoria. Juntas, elas embolsaram R$ 340,6 mil em serviços de divulgação de parlamentares.
Quanto aos partidos, lidera a lista de gastos, com R$ 68,9 mil, o PSB. Depois, aparecem os senadores do Pros, que despenderam R$ 48,6 mil; do MDB, com R$ 36,4 mil; e PDT, com R$ 32,9 mil. No outro extremo da lista estão PRB e Rede, com cifras de R$ 1,8 mil e R$ 376,50, respectivamente.
com metropoles – foto: reprodução/tv câmara