"Isso pode Arnaldo?"

Desde 2019, Lula e Ciro, juntos, receberam quase R$ 1 milhão do Fundo Partidário

Candidatos praticamente garantidos na disputa presidencial de 2022, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) receberam, juntos, desde 2019, quase R$ 1 milhão em salários pagos por suas legendas, por meio de recursos do Fundo Partidário — ou seja, do dinheiro dos pagadores de impostos. As informações são da CNN Brasil.

No detalhamento de despesas do PT registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula aparece como funcionário da agremiação e ganha, atualmente, cerca de R$ 22 mil mensais.

Candidato ao Palácio do Planalto em 1998, 2002 e 2018, Ciro, por sua vez, tem remuneração de pouco mais de R$ 21 mil do PDT. O valor é superior ao que recebe o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, que tem vencimentos de cerca de R$ 19 mil.

Além dos salários, PT e PDT arcam com os custos de publicidade dos dois pré-candidatos à Presidência da República. Nos últimos dois anos, o fotógrafo que acompanha Lula, Ricardo Stuckert, recebeu quase R$ 720 mil dos cofres petistas (mais de R$ 150 mil só neste ano).

O PDT, que contratou a peso de ouro o marqueteiro João Santana (responsável pelas campanhas de Lula, em 2006, e Dilma Rousseff, em 2010 e 2014), pagou R$ 250 mil ao publicitário apenas em 2021. Condenado a mais de sete anos de prisão por lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato, Santana deve ser o responsável pela área de publicidade da campanha de Ciro no ano que vem.

A empresa de advocacia de Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula, responsável pela defesa do ex-presidente na série de processos judiciais de que foi alvo, também recebeu pagamentos do PT. Desde 2019, o escritório já faturou quase R$ 940 mil pagos com os recursos partidários.

Em nota, Ciro Gomes afirmou que “dedica-se às atividades do PDT como vice-presidente e pré-candidato do partido”. “A legislação brasileira é muito clara quanto à legalidade da remuneração deste tipo de atividade. Ciro tem pautado sua vida pelo zelo com a coisa pública, renunciou a três aposentadorias a que teria direito (como governador, prefeito e deputado) e nunca foi processado por corrupção”, diz o texto da assessoria do ex-governador do Ceará.

RO – Fábio Matos

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