Park Geun-hye é a primeira líder democraticamente eleita do país a ser afastada do cargo; eleição presidencial será realizada até meados de maio.
SEUL – A Corte Constitucional da Coreia do Sul aprovou nesta sexta-feira, 10, por unanimidade o impeachment da presidente Park Geun-hye por envolvimento em um escândalo de tráfico de influência.
Park, de 64 anos, tornou-se a primeira líder democraticamente eleita do país a ser afastada do cargo. Uma eleição presidencial será realizada até meados de maio, segundo a Constituição. Atualmente, a presidência está sendo ocupada interinamente pelo primeiro-ministro, Hwang Kyo-ahn.
No início de dezembro, parlamentares decidiram pelo impedimento da presidente por 234 votos a favor e 56 contra, indicando que dezenas de membros do partido de Park, o conservador Saenuri, apoiaram o processo.
Park, eleita em 2013, foi acusada de ter permitido que uma amiga, Choi Soo-sil, usasse sua influência sobre a presidente para enriquecer e influenciar em suas decisões políticas. Choi é acusada de forçar doações a duas fundações e utilizar os recursos em benefício próprio.
A imprensa afirma que Choi, de 60 anos, atuou com uma espécie de conselheira, influenciando de maneira considerável as decisões do governo apesar de não ter cargo oficial.
A presidente negou ter participado das atividades da amiga, mas admitiu ter submetido a Choi as minutas de discursos no início do seu mandato e se desculpou por ter causado “preocupação à sociedade”. Acredita-se que Choi também teve acesso a documentos secretos do governo sul-coreano.