Há sete anos em cartaz na Praça Barão do Rio Branco, no Centro Histórico, em apenas duas épocas do ano o Sabadinho Bom sai da dobradinha choro/samba para mergulhar em outros ritmos: no Carnaval, com apresentação de escolas de samba, e no São João, momento de ver trios locais fechando as tardes do projeto.
As atrações deste dia 6, por exemplo, serão o violonista pernambucano Israel 7 Cordas e o trio Forró Pezzado, formado só por instrumentistas cegos. O Sabadinho é uma promoção da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da sua Fundação Cultural (Funjope), realizado das 11h30 às 16h.
“O forró é patrimônio cultural imaterial de João Pessoa. A seleção dos artistas e grupos que compõem esta programação de junho do Sabadinho, portanto, prezou por valorizar quem ajuda a elevar a nossa identidade musical nacionalmente e a valorizá-la”, justifica o compositor e poeta popular Bebé de Natércio, à frente da Divisão de Música da Funjope.
Choro – Israel 7 Cordas vai mostrar ao público clássicos do chorinho em obras conhecidas como “Murmurando” (Fon Fon), “Espinha de Bacalhau” (Severino Araújo), “Barba Azul” (Evandro do Bandolim), “Apanhei-te Cavaquinho” (Ernesto Nazareth) e “Cristal”, “Santa Morena”, “Bole Bole”, “Benzinho” e “Cabuloso” (Jacob do Bandolim, mártir do estilo).
O pernambucano de forte sotaque paulista credita aos anos de vivência em São Paulo o berço de todo o seu aprendizado em matéria de música. Israel incorporou no nome artístico a paixão autodidata pelo instrumento de cordas, que desde os 22 anos difunde pelo chorinho.
Forró – O Forró Pezzado foi gestado em 2003 no Instituto dos Cegos Adalgisa Cunha, quando funcionava ainda como internato. Foi lá que, em 1994, os amigos Júnior Baiano (sanfona), Bill Marte (voz e triângulo) e Beto Mello (voz) se conheceram e decidiram abraçar a música. A convivência uniu os dois primeiros na fundação das bandas Nova Geração e depois com o Arretados do Forró, que terminou em 2002. Um ano depois, surge o Forró Pezzado.
Neste sábado (6), o trio promete levantar o público ao som de músicas de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Nando Cordel, Trio Nordestino e Os Três do Nordeste, além de composições próprias, como “Minha Parceira” e “Eu Sou Apaixonado por Forró” (Beto Mello). “O Instituto nos deu a base de tudo o que aprendemos até o ensino universitário. Ex-alunos de lá, eu e Bill voltamos como professores de música”, diz Júnior que, além da sanfona, toca flauta doce e teclado, também dá aulas particulares tanto para aprendizes cegos como videntes.
Redação com PB Agora.