Corrupção

Chegou a vez de Michel Temer encarar a Justiça brasileira

A prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB) era questão de tempo. Desde que deixou o Palácio do Palácio, o emedebista sabia que, mais cedo ou mais tarde, receberia a visita da Polícia Federal.

Este episódio expõe uma vez mais a podridão em que se transformou a política brasileira contemporânea. Desde abril do ano passado, outro ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, cumpre pena em Curitiba.

Ex-constituinte, o emedebista teve trajetória de sucesso no poder federal, sempre à frente de um grupo de parlamentares marcados por envolvimento com escândalos de corrupção. Entre os mais próximos aliados de Temer, estavam os então deputados Geddel Vieira Lima (MDB-BA) e Henrique Eduardo Alves (MDB-RN), que foram para a cadeia antes do ex-presidente da República.

Outro ilustre integrante do grupo, o ex-deputado, ex-ministro e ex-governador do Rio de Janeiro Wellington Moreira Franco (MDB-RJ), também foi preso nesta quinta-feira (21/3) pela força-tarefa da Operação Lava Jato no estado.

Polido, elegante e hábil articulador político, Temer conviveu com denúncias de negociatas ilegais desde que entrou para a vida pública. As negociatas no Porto de Santos acompanharam sua ascensão em cargos públicos.

Em Brasília, ele cultivou a liturgia do poder nos cargos que ocupou. Com esse perfil, soube manter a fleuma mesmo depois da prisão dos amigos Geddel e Alves. Agora, terá de encarar a Justiça brasileira.

 

 

 

 

Eumano Silva

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