Chegou a 150 o número de mortos com o rompimento da barragem da mineradora Vale, na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Esta quarta-feira (6/2) é o 13º dia de buscas desde a tragédia e ainda restam 182 desaparecidos, informou a Defesa Civil. No total, 134 vítimas fatais foram identificadas.
Os trabalhos desta quarta-feira contaram com a ajuda do tempo bom, assim como na terça (5/2). Na segunda-feira (4/2), as buscas foram suspensas pela manhã devido à forte chuva daquele dia. As equipes seguiram com os trabalhos nesta terça a pé, de barco e de helicóptero. Elas também contam com cães farejadores.
As buscas agora se concentraram nas áreas da Pousada Nova Estância, do refeitório da Vale e do pontilhão do trilho do trem – estruturas que foram soterradas pela avalanche de lama –, bem como pelo curso do Rio Paraopebas, onde foi localizado um carro.
Vale em liberdade – Nesta terça (5/2), houve a divulgação de relatório da consultoria alemã Tüv Süd, que atestou a estabilidade da barragem. O documento mostra que a base da estrutura estava no limite de segurança previsto pelas normas do país: havia problemas de drenagem e erosão na barragem.
Em visita a campo, a equipe encontrou 15 pontos que exigiriam atenção, como necessidade de um novo radar e medidores de pressão na estrutura. O documento foi concluído em agosto de 2018. A Vale disse que fazia inspeções constantes – a última em 22 de janeiro, três dias antes do colapso.
Além disso, por decisão unânime do Superior Tribunal de Justiça (STJ), engenheiros e funcionários da Vale presos semana passada foram postos em liberdade. Apesar da gravidade da tragédia, a Corte entendeu que a equipe da Vale prestou as declarações necessárias e não oferece riscos à sociedade, portanto não há fundamentos suficientes para manter as detenções. Buscas e apreensões foram feitas na empresa.
A Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale formalizará um pedido aos conselhos de Administração e Fiscal da Vale para que os executivos da mineradora sejam destituídos de seus cargos. A direção da empresa divulgou que 107 parentes de vítimas ou funcionários atingidos já receberam o auxílio de custo liberado pela Vale, no valor de R$ 100 mil – a medida é um auxílio imediato aos atingidos, não se tratando de indenização ainda.
Terror em onda – Oito dias após o rompimento da barragem, foram divulgados vídeos do momento do colapso das estruturas, registrados por câmeras de segurança instaladas na mina. É possível ver pessoas e carros que transitavam pela unidade da mineradora Vale serem atingidos pela lama, que chegou a uma velocidade máxima de 80 km/h, segundo estimativa dos bombeiros.