O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano na segunda reunião realizada no governo Lula 3. A decisão é dada como certa, mas o mercado foca na ata do Copom, que dá sinalizações para o futuro da economia do país, como explica o economista Ricardo Aragon. “Um ponto importante é a ata do Copom, qual vai ser o tom do Banco Central a partir de agora. O último foi muito rigoroso, porém tivemos alguns fatos relevantes no mundo, principalmente a crise no sistema bancário norte-americano, que trouxe vozes, pressionando ainda mais o nosso BC a cortar juros mais cedo. Então, qual vai ser o tom dessa ata? Esse é o grande ponto de interrogação. É isso que o mercado aguarda com muita ansiedade”, explica o economista.
A nova âncora fiscal, a ser proposta pelo governo federal para substituir o teto de gastos, deverá ser apresentada no início de abril, após o retorno de Lula (PT) e sua comitiva presidencial da China. A proposta será fundamental para uma mudança do Banco Central em relação à Selic. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) realizou um seminário no Rio de Janeiro com convidados uníssonos ao falar da necessidade da redução dos juros, mas o mercado acredita que é o próprio governo que precisa mostrar como irá administrar suas contas sem mais gastos diante de uma persistente inflação no país.
JPan – Marcelo Mattos