Em reunião na noite desse domingo (30) no Palácio do Alvorada, o presidente, ministros e lideres traçaram a estratégia para a semana na qual está marcada a sessão que pode apreciar a denúncia no Plenário. Após o encontro, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse ao Broadcast Político que o governo continua “com a convicção” que tem os votos necessários, e defende que quem tem que colocar os 342 votos necessários para dar quórum é a oposição e disse que a ideia do governo é continuar trabalhando independente da denúncia ser apreciada ou não.
Padilha, que costuma ter placares certeiros nas votações do Congresso, diz que ainda não é o momento de falar em números. “Ainda prefiro não falar em números, os lideres estão verificando, mas certamente temos os votos necessários”, reforçou. A contabilidade do governo dá, hoje, pelo menos 260 votos garantidos pela rejeição da denúncia.
“O que esta em vigor hoje é o parecer da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que rejeitou a denúncia. Se a oposição boicotar e não quiser dar quórum no dia 2, nós vamos defender que o presidente Rodrigo Maia toque a pauta da Câmara independente da pendência deste assunto ou não”, afirmou.
O presidente Michel Temer não esconde aos auxiliares que sua vontade é que a denúncia seja logo rejeitada. Apesar disso, o ministro da Casa Civil reafirmou que a base está “pronta para votar a qualquer hora”. “Mas precisamos também tocar a pauta, são coisas diferentes”, disse.
Na reunião, Temer pediu aos líderes partidários que intensificassem as conversas para tentar reverter votos e para garantir a presença de parlamentares no dia da votação na Câmara, na quarta-feira, 2.
“Estaremos prontos para votar, mas quem tem que se preocupar com quórum é quem quer rejeitar o parecer aprovado na CCJ pela rejeição da denúncia”,
afirmou o líder do governo na Casa, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), um dos que participou da reunião no Alvorada.
Também presente no encontro, o líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), afirmou que a ordem de Temer é para que a base aliada esteja pronta para votar “a qualquer momento”.
“A bancada do PMDB estará presente no dia da votação”, disse o peemedebista, um dos parlamentares mais próximos do presidente. Segundo ele, na reunião, líderes e Temer fizeram um “check list” do rito da votação, para que os líderes possam passar as orientações para suas bancadas.
Ribeiro e Rossi ressaltaram que Temer deve continuar ligando para os parlamentares da base, em busca de reverter votos a seu favor. “Cada líder ficou de fazer a avaliação dentro da sua bancada e informar ao presidente”, declarou o líder do PMDB. De acordo com ele, novas reuniões entre líderes e ministros devem acontecer até quarta-feira para avaliar o cenário.