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As Máscaras – Por André Aguiar

Vivemos nos tempos das máscaras, sei que em prima face somos remetidos à obrigatoriedade do uso de máscaras em função da exigência do distanciamento que a pandemia que ora a humanidade enfrenta e exige.

Sabe-se que Máscara tem origem na palavra do latim antigo masca, que significa “espectro”, ou da árabe maskharah, sinônimo de “palhaço” e de “disfarce”.

Na Civilização ocidental, a máscara foi utilizada primeiro na Grécia Antiga, todos os anos, durante as festividades de Dionísio, o deus do vinho e da fertilidade.

É comum o seu uso no teatro, notadamente nos países orientais para marcar bem as características dos personagens.

Os índios e muitos povos dos continentes africano, americano e do Oceano Pacífico, as máscaras eram usadas em cerimônias religiosas.

Ainda hoje nos carnavais as máscaras fazem parte das fantasias, sejam no Brasil ou espalhadas pelo mundo, é a marca da festa da carne.

Acontece, porém que quero falar das máscaras humanas, aquelas que muitos usam, quando se diz, esse tem duas caras, duas faces.

Nesse período eleitoral chega até a ser cômico as máscaras dos candidatos, com beijinhos e abraços mesmo no distanciamento são práticas corriqueiras, sorrisos com dentes esbranquiçados nos consultórios dentários, cara e bocas em defesa disso e daquilo, vale tudo para conquistar o eleitor menos avisado.

O ser humano na verdade é pródigo na arte de usar as máscaras em diversas situações, e momentos, os falsos sorrisos, ou as lágrimas de crocodilo também não são poucas.

Parece que nascemos com essa capacidade, vide as crianças que desde muito cedo aprendem a ter o que deseja apenas encenando e fingindo.

Muitos chegam a pensar de são as próprias máscaras e se perdem se si mesmo, o mundo se torna vazio, se afasta do seu interior, do que verdadeiramente é.

Por isso o autoconhecimento, conhecer a si mesmo, as características da personalidade, os próprios sentimentos, inclinações, gostos, preferências, necessidades, sonhos…é muito importante, ou seja, quanto mais temos a capacidade de assumir o que nós somos, menos temos a necessidade de usar as máscaras, saber usá-las faz toda a diferença para uma vida emocional saudável e próspera. Não usá-las, é libertação, é crescimento, é felicidade.

Cultivo o hábito de utilizar a máxima de que não faça ao outro o que você não gostaria que fizesse com você, por isso a face que usamos em nossos relacionamentos é importante nessa constante arte de viver bem com todos, em comunidade.

Se somos imagem e semelhança de Deus, que É o sumo Bem, quanto mais nos espelhamos a sua imagem, mais somos portadores do bem, busquemos portanto sempre o bem, a face de Deus.

A teu respeito diz o meu coração: “Busque a minha face! A tua face, Senhor, buscarei.” (Salmos 27:8).

Por André Aguiar, em 09 de novembro de 2020.

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