Desde a eleição do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o grupo partidário ligado ao ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, defende o descolamento do PDT da aliança política com Lula, ideia que não ganhou a adesão do irmão do ex-presidenciável, o senador Cid Gomes. A divisão entre os Gomes também envolve a disputa pelo comando do PDT no estado do Ceará e ganhou contornos ainda mais visíveis durante reunião da Executiva do partido, ocorrida na última sexta-feira (27), quando Cid teria sentenciado sua saída definitiva.
O senador já havia dito à imprensa que entenderia qualquer decisão autoritária por parte do diretório do PDT como um convite para deixar a sigla. Insatisfeito com a vantagem do grupo liderado pelo irmão no encaminhamento da audiência, o senador teria protagonizado bate-boca com a vice-prefeita da capital cearense, Isabella Roldão.
Segundo a colaboração do jornalista Donizete Arruda, Isabella sugeriu ao parlamentar que “a porta da rua é a serventia da casa”. A resposta de Cid foi: “Entrei pela frente. Sairei pela porta da frente”.
Em declaração recente à imprensa, Ciro Gomes insinuou que se sente traído pelo irmão desde o último pleito presidencial. “Esta faca ainda está ardendo muito nas minhas costas. Acho que vou morrer com essa dor”, disse.
Ciro ainda expôs desafeto com o atual ministro da Educação, Camilo Santana, e disse que ele é o autor de atribuições negativas ao sobrenome dos Gomes. O ex-presidenciável ainda afirmou que não entende o apoio do irmão ao ministro de Lula.
“Quem criou essa versão de Ferreira Gomes como uma coisa negativa foi o Camilo Santana, a quem o Cid apoia. Eu não compreendo isso”, pontuou.
O ex-ministro disse que o ex-governador, Camilo Santana, está no governo Lula ‘por ambição’ e não tem lealdade ao presidente. Segundo a declaração, Santana cogitou deixar o PT quando Lula foi preso e recuou após conselho de que seria conhecido como ‘rato traidor’.
Ciro que já estava há certo tempo sem comentar as desavenças com o partido de Lula, aproveitou para dizer que o ministro da Educação ‘loteou’ o Estado do Ceará, com cargos de sua indicação, no governo do petista Elmano de Freitas. “Esse Estado está loteado como desde os anos 80 nós não vimos”.
O ex-presidenciável também criticou segmento que chamou de ‘lulismo’. “O Lula pode xingar a mãe, chamar Jesus de palavrão que o lulista fanático não quer saber”.
Fonte: Diário do Poder