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Adolescente paraibano vai entrar com bandeirão da Fifa na estreia do Brasil

dsc_0001_1Sortudo. Nenhuma palavra pode definir melhor o estudante Rayann Trócoli, que ganhou a poucos dias do aniversário de 14 anos a oportunidade de entrar em campo na abertura da Copa do Mundo de 2014, assistir ao jogo do Brasil e ainda chegar bem perto dos jogadores da seleção. A sorte veio através do tio Ricardo Carvalho, que mora no Rio de Janeiro e trabalha em uma empresa que tem convênio com um dos patrocinadores do evento. Por não ter filhos na idade solicitada pela Fifa para entrar em campo, ele deu ao sobrinho um momento para guardar para o resto da vida.

– A vaga era do meu irmão, mas ele não tem filhos com idade entre 12 e 16 anos, como é exigido pela organização. Então, há um mês ele me ligou e disse que tinha indicado Rayann para entrar com o bandeirão da Fifa e eu tinha que acompanhá-lo na partida. Eu estava no trânsito no momento que soube da notícia e quase bati o carro. De tão empolgado que fiquei – contou o advogado Rômulo Carvalho, pai do adolescente.

Rômulo ainda disse que, antes da novidade, tentou por diversas vezes comprar ingressos para os jogos do Brasil, mas que não conseguiu. Por isso, mal acreditou quando o irmão disse que ele iria assistir justamente a estreia do Brasil na Arena São Paulo.

Depois que a “ficha caiu”, o pai teve 15 minutos para providenciar toda a documentação do filho e mandar para a organização do evento. Só então, teve tempo para contar para o filho que ele iria participar da cerimônia de abertura.

Desta vez, a descrença foi de Rayann. Ele achou que fosse algum tipo de pegadinha. O adolescente levou um tempo para acreditar, mas depois que o pai confirmou, saiu contando para todo mundo. Na escola, na igreja, entre os amigos. Entretanto, ninguém acreditou.

– Eu chegava para as pessoas e falava: “Sabia que eu vou entrar na abertura da Copa com o bandeirão da Fifa?” E eles diziam para eu deixar de mentira. Só depois que eu apareci em uma matéria da TV Cabo Branco (afiliada da TV Cabo Branco em João Pessoa) é que acreditaram. Depois vieram me pedir desculpas – explicou o adolescente aos risos.

Quinze minutos de fama

Por causa da matéria, Rayann ficou famoso em toda a escola. Pessoas que ele não conhecia foram falar com ele e parabenizá-lo pela oportunidade.

Quem também ficou conhecida nesta história foi a irmã gêmea do garoto, Rayanne Trócoli, que reclamou por não ser a escolhida para o evento. Mas ela diz que está feliz pelo irmão.

– Eu queria muito ir, mas estou feliz por ele, tanto que me gabo mais do que ele. Digo para todo mundo que ele vai para entrar em campo no jogo do Brasil. Tem muita gente feliz por ele, mas também tem gente com inveja. Não por maldade. É só que  todo mundo queria ter uma oportunidade única como esta.

Mas nem todo mundo está contente com a ida do jovem ao evento. É que a estreia do Brasil acontece no dia 12 de junho, exatamente no Dia dos Namorados.

– A namorada dele não gostou muito da ideia de passar a data longe dele. Seria o primeiro Dia dos Namorados deles e agora ele vai para São Paulo e ela vai ficar aqui em João Pessoa – comentou a irmã.

Rigor padrão Fifa

Rayann e o pai viajam para São Paulo nesta quarta-feira. Eles receberam da organização do evento um cronograma com todas as atividades, tanto para o pai, quanto para o filho. Além disso, também ganharam um cartilha com todas as instruções da Fifa do que o adolescente pode ou não fazer ao entrar em campo.

– Eu já li toda a cartilha e ela é bem rigorosa. Por exemplo, não pode piscar para a câmera, nem pode pular, nem entrar com celular. A organização não permite que quem vá participar tenha cabelo comprido ou pintado, tatuagem ou piercing, nada que chame a atenção – explicou Rayann.

Ninguém pode pedir autografo aos atletas, para não tirar a concentração antes da partida. Mas depois que o árbitro apitar o fim da partida, o jovem pretende ir atrás dos ídolos brasileiros.

– Eu vou comprar uma caneta para pegar alguns autógrafos. Espero conseguir pelo menos de Neymar, David Luiz e Hulk – completou.

Rayann é um dos seis adolescentes que vai entrar no estádio carregando a bandeira oficial da Fifa na abertura da Copa, durante o ritual de entrada das equipes no campo de jogo. Depois que acabar a cerimônia de abertura, que acontece 20 minutos antes do pontapé inicial, eles serão os primeiros a pisarem no gramado. Só então entra a arbitragem e depois os jogadores das seleções.

Globo Esporte Paraíba

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