Às 8:30 do dia 24, os três desembargadores da 8ª turma do TRF4 do Rio Grande do Sul podem decidir o futuro não só de Lula, mas do cenário político do país. Entenda o que pode e não pode acontecer caso Lula seja condenado.
Pré-candidato às eleições presidenciais de 2018, Luiz Inácio Lula da Silva lidera com ampla margem as pesquisas de intenção de voto. De um lado, seus aliados prometem lutar até o fim para impedir injustiças. Do outro, seus adversários contam os dias para sua condenação.
Não só na política, nas ruas a divisão é clara. De um lado movimentos pró e contra Lula disputam espaço nas principais avenidas do país. Uma coisa é certa, o julgamento de Lula será o grande evento político desta geração, e independente de seu desfecho, irá provocar uma onda de protestos em todo o país, e seu efeitos irão repercutir não só na política, mas também na economia do país.
Ao ouvir a sentença proferida por Sérgio Moro, Lula afirmou: “Só o povo pode decretar meu fim”, e garantiu que uma eleição sem seu nome na cédula “seria uma fraude”.
Uma vez que a decisão do tribunal irá ocorrer antes de agosto, período onde os candidatos “ficha-suja” são avaliados pelo STE, uma condenação em segunda instância pode deixar Lula inelegível. Por outro lado, brechas e precedentes, animam os defensores do ex-presidente, que confiam inclusive que a condenação não será suficiente para colocar o petista atrás das grades.
Efeitos eleitorais da condenação
A condenação de Lula é dada como certa até mesmo entre os aliados do petista. O histórico da turma e o clamor popular construído na última década tornam a decisão de Sérgio Moro difícil de reverter.
O PT, afirma não possuir um plano B em caso de condenação de Lula. Entender a estratégia do partido se torna um pouco mais fácil. O objetivo é protelar ao máximo a condenação do ex-presidente até que sua candidatura possa ser formalizada no dia 15 de agosto, o que tornaria qualquer condenação posterior irrelevante em termos de impedimento para concorrer às eleições.
Caso a condenação ocorra antes de agosto, o Partido dos Trabalhadores pode optar por táticas mais agressivas, como garantir a liberdade de Lula e prosseguir com sua campanha independente do possível impedimento. Neste cenário, em caso da impugnação da candidatura, algo que ocorreria muito próximo do período das eleições, o partido teria o poder de usar o fato para transferir votos para um segundo candidato, ou ainda, esperar para que o TSE invalidasse votos numa decisão posterior às eleições, o que poderia não ocorrer.