O dólar caiu pelo terceiro pregão consecutivo deste ano e se aproxima de R$ 3,70 ajudado pela fala do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell. A Bolsa brasileira avançou, acompanhando a forte valorização dos índices americanos.
Nesta sexta-feira (4), Powell falou que o Fed está preparado paramudar de posição na condução da política monetária, caso o cenário econômico mude. “Particularmente, com as moderadas leituras de inflação que estamos vendo, nós vamos ser pacientes conforme observamos como a economia evolui”, afirmou.
O discurso acalmou o mercado financeiro, que entrou no modo pânico no dia 19 de dezembro, quando a fala de Powell após decisão de alta de juros foi considerada pouco empática aos efeitos sobre os ativos de uma desaceleração da economia americana. Desde então, os mercados americanos sofreram com forte volatilidade de fecharam no pior ano desde 2008.
O dólar terminou o dia cotado a R$ 3,7160, queda de 1,01%. Nos três pregões desta semana, a baixa acumulada foi de 4,15%.
A Bolsa brasileira, que começou o dia em queda, conseguiu se firmar no positivo durante a tarde e subiu 0,30%, a 91.840 pontos. É anova máxima histórica do índice. O giro financeiro foi de R$ 16,771 bilhões.
Investidores iniciaram o pregão desconfiados após fala de Bolsonaro sobre a reforma da Previdência, em entrevista ao SBT na noite de quinta (3), ser considerada mais branda que a esperada. Além disso, as ações de bancos fecharam em queda, após o mercado ter passado o dia sob a expectativa de aumento de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que foi estudado pelo governo Bolsonaro e desmentido à tarde.
Bancos consideram que o imposto prejudica o mercado de crédito, porque eleva o custo ao consumidor e diminuiu o quanto eles podem emprestar a consumidores. Também pesou sobre o índice a queda das ações da Embraer, que cederam 5,02% após Bolsonaro colocar em dúvida a fusão com a Boeing. As Bolsas americanas terminavam o dia em alta de mais de 3%, também na esteira da fala de Powell.