Era mata-mata de Copa do Brasil, mas pareceu um treino de luxo. Era um clássico tradicional do futebol brasileiro, mas o duelo beirou o desleal de tão desequilibrado. O Santos atropelou o Botafogo por 5 a 0, na noite desta quinta-feira, no Pacaembu, e se classificou para a semifinal com imensa tranquilidade. Combinou um futebol de alto nível e muita intensidade com a apatia e as limitações do rival, que vive crise sem fim – dentro e fora de campo. Os gols foram marcados por Gabriel, David Braz (duas vezes), Lucas Lima e Geuvânio.
Só o primeiro tempo acabou com três de diferença. Ali já era clara a falta de reação dos cariocas, que vinham de uma virada épica sobre o Ceará, nas oitavas de final. Mas, desta vez, enfraquecido pelas mudanças recentes no elenco e frequentes desfalques, não houve muito o que fazer, a não ser torcer para o apito final chegar logo. Nos primeiros 90 minutos, no Maracanã, o Peixe havia aplicado 3 a 2 e assegurado boa vantagem.
Assim, em cenário oposto, o estádio voltou a receber uma partida decisiva entre os clubes alvinegros depois de 19 anos – quando o Botafogo sagrou-se campeão brasileiro. A concentração de suas últimas forças está mesmo na tentativa de fugir do rebaixamento para a Série B do Brasileirão. Tarefa tão árdua quando à do Santos chegar ao G-4.
Agora, a equipe paulista enfrenta o Cruzeiro na próxima fase atrás do bicampeonato. A ordem e as datas do confronto serão sorteadas nesta sexta-feira, às 14h, na sede da CBF.
Início avassalador define jogo
Mal deu tempo para sonhar com mais uma classificação inesperada. O time carioca sofreu com a velocidade e toque de bola do dono da casa, que abriu o placar logo aos cinco minutos, com Gabriel, desviando cruzamento baixo de Mena ao melhor estilo centroavante. Se a situação já era complicadíssima, ficou ainda pior com o segundo, de David Braz, aproveitando falha de Andrey na saída do gol. Eventualmente, o Glorioso abria algum espaço e ameaçava, como quando Wallyson carimbou o travessão em cobrança de falta.
Nada, porém, que indicasse um novo rumo. Esbanjando seriedade, o Santos controlou as ações e fez com que seu torcedor gritasse olé após o terceiro gol, marcado por Lucas Lima, em belíssima arrancada na qual que driblou até o goleiro. Mesmo com a vaga nas mãos, o Peixe ainda pressionava na marcação e mostrava que queria mais. E viria mais por aí.
Defesa segue mal, e Bota leva mais
Com pouco a fazer, Vagner Mancini colocou Zeballos, então barrado, e não foi capaz de mudar o panorama. O problema maior era na defesa. Aos 17 minutos, David Braz novamente deixou sua marca e transformou em goleada. Substituto de Jefferson, que alegou dores após servir à Seleção e ficou fora, Andrey fez dois milagres para evitar um vexame ainda maior.
A partir daí, foi só passar o tempo. Antes disso, foi a vez de Geuvânio ratificar de vez o placar histórico ao anotar o quinto após um bate e rebate digno de várzea na área – em lance que retratou a facilidade do jogo. No fim, Matheus foi expulso por um carrinho violento em Rildo.
Globoesporte