Três em cada quatro brasileiros são contra a visita íntima para presos. É o que revela a pesquisa exclusiva feita pelo Instituto Paraná Pesquisas.
O levantamento aponta que 74,5% da população brasileira não vê com bons olhos a benefício concedido aos presos. Quem puxa essa estatística são os mais velhos, já que, para aqueles acima dos 60 anos, 78,6% são contrários a este tipo de visita. Na faixa etária anterior, entre 45 e 59 anos, os números também são altos, 78,5%.
Até os mais jovens, que se mostram mais favoráveis ao direito, permanecem majoritariamente contra. Entres aqueles de 16 a 24 anos, 68,5% não aprovam a medida.
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, também é critico às visitas íntimas e chegou a dizer que estudava a possibilidade de acabar com elas — além da redução da maioridade penal para crimes graves — pouco depois de ser indicado para a pasta no governo Bolsonaro.
Outro fator que pode ajudar estes números são os casos de feminicídios, cometidos até por detentos, no momento da visita. No final de 2018, uma mulher, que já havia sido ameaçada pelo companheiro, foi morta por eleno CDP I, em Osasco (SP).
Já no início de 2019 uma jovem de 22 anos foi morta pelo parceiro quando realizava a visita íntima a ele, em Jundiaí, no interior de São Paulo.
O fato de os dois crimes terem ocorrido no Estado paulista também é refletido na pesquisa por região, em que a Sudeste lidera os antagônicos à regalia, com 77,0%.
Numa visão geral, apenas 21% dos brasileiros se mostram a favor da visita íntima, enquanto 4,5% não quiseram ou não souberam opinar.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, com 2.184 brasileiros maiores de 16 anos, em 170 municípios de 26 Estados e do Distrito Federal. As entrevistas foram realizadas por telefone entre os dias 17 e 20 de julho de 2019. A amostra tem grau de confiança de 95% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 2 pontos percentuais para os resultados gerais.
R7