Nos últimos anos, muito se tem falado em inclusão social, resultante de políticas públicas de distribuição de renda e melhoria da educação. Mas na Odontologia, a última década tem sido de inclusão estética impulsionada pelos implantes, especialmente entre os mais velhos, que vêm recuperando a alegria de voltar a sorrir, em qualquer ambiente, e dando adeus aos constrangimentos pela falta de dentes. Para a odontóloga Christianne Lacet, do Centro Odontológico Odontocape, desde que surgiram, há 45 anos, os implantes são o principal marco na Odontologia.
Esse tipo de cirurgia odontológica foi se aprimorando e ficando mais segura, com melhores resultados estéticos e pós-operatórios mais tranquilos, seja de apenas um dente ou de toda a arcada dentária, e estão respondendo pelas mudanças estéticas e de qualidade de vida. “Antes, orientávamos os pacientes a fazer implantes e eles costumavam aceitar. Hoje eles veem as novidades em redes sociais, blogs e já chegam pedindo o que querem. Massificou”, observa Christianne Lacet, ressaltando que a durabilidade é mais um atrativo.
“O implante é para a vida toda. Colocamos um pino de titânio e, se precisar, troca-se só a prótese. Ele muda a forma do dente, a cor, pode dar mais volume ao sorriso, de acordo com cada caso”, afirma.
No Odontocape, entre os idosos, a procura deu um salto nos últimos dez anos, com um crescimento acima de 200% em pacientes com mais de 70 anos. “O perfil dos nossos pacientes é outro, estão com uma nova mentalidade, passaram a valorizar mais a estética e a buscar dentes fixos por meio dos implantes”, explica a diretora administrativa e de marketing do Odontocape, Anabela Alencar Lacet, que, no dia a dia, tem ouvido muitas histórias de gente que resgatou a autoestima com a volta dos dentes fixos. O funcionário público aposentado, José Aécio Serafim, é um deles. Há dois anos fez implante de sete dentes da arcada superior e abandonou a prótese e já pensa em passar para a porcelana, um material ainda mais estético, porém ainda caro. “Acho bonito dentes saudáveis e com o implante sinto como se eles fossem naturais”, revela, ressaltando a volta da segurança na mastigação.
O vigilante aposentado José Andrade, de 71 anos, é outro exemplo. Depois de várias próteses, ele procurou o Odontocape já decidido a fazer implantes em toda a arcada dentária inferior. O custo foi diluído em dez parcelas e hoje, passados quatro anos, ele é, literalmente, só sorrisos. “Tudo melhorou. A boca ficou cheinha e se eu sou bonito, fiquei ainda mais bonito”, brinca. Mas para Andrade, a principal motivação foi a vontade de se alimentar bem. “Antes não conseguia comer tudo o que gostava, nem um milho assado, e agora posso comer de tudo”, comemora.
Quanto mais velhos ficamos, segundo a dra. Christianne Lacet, melhor deve ser a mastigação e precisamos pensar, funcionalmente, na importância dos dentes para a saúde plena. Uma boca mal cuidada pode levar a doenças periodontais como a gengivite, que começa sem sintomas, mas depois apresenta sangramentos na escovação. Quando evolui para uma periodontite, torna-se mais grave e contribui para a piora de outras doenças. “Estudos mostram que é uma via de mão dupla. Gengivite num estágio mais avançado. Descontrola a diabetes e vice-versa e ainda provoca endocardite – uma infecção no revestimento interno do coração. A doença periodontal também pode provocar parto prematuro e levar à perda do dente que amolece e precisa ser removido. A bactéria destrói o osso”, alerta a odontóloga. O temido mau hálito é outro problema que pode ser evitado já que 90% das causas são cáries ou inflamação da gengiva.
Medo de dentista não pode mais ser desculpa. Ainda existem pessoas com medo, mas a odontologia está muito mais humanizada e os profissionais de hoje conseguem tirar os traumas de muitas pessoas. Mas para quem tem fobia e precisa de um tratamento urgente, sem tempo para perder os traumas, já existe a sedação com um médico anestesista. Quando acionado, ele vem ao consultório com um monitor cardíaco, faz a consulta pré-anestésica, seda o paciente e fica até o fim do procedimento, assegurando a tranquilidade no tratamento.
Saúde e estética caminham juntas
Além dos implantes, as novas técnicas odontológicas estão contribuindo ainda mais para a procura pelo sorriso perfeito. Coroas em porcelana, facetas e até lentes de contato – como são chamadas as facetas muito finas, de 0,2 até 1 milímetro de espessura – estão em evidência. “As coroas eram com base interna de metal e a porcelana ou resina eram postas só por cima. Agora usamos zircônia, na base do dente; é um material que melhora a estética e é muito resistente, deixando o dente todo branco”, diz Christianne Lacet.
Segundo ela, as resinas, que têm custo mais acessível, também evoluíram e já estão disponíveis em nanopartículas que aumentam a resistência e o polimento do material, ganhando pontos em beleza. “A odontologia tem que ser para todos. Há pessoas que não podem pagar o tratamento em porcelana, mas podem em resina. Temos facetas em resinas que alguns colegas dentistas não conseguem distinguir se são em resina ou em porcelana”, declara, complementando que isso só é possível porque os sistemas adesivos voltados para a estética dos dentes estão muito mais desenvolvidos.
